sábado, 20 de setembro de 2014

2x1 : O Outro Lado

Era possível ouvir vozes por todo o lugar. Estavam inquietos, ansiosos, preocupados, desanimados. King Dart podia ver o medo no olho de cada ser marinho que ali estava, e embora também estivesse com medo do fim de sua espécie, sabia que sua única pessoa que poderia ajudá-los a seguir em frente era ele.
— Povo marinho de Tuatha de Danann! — Disse, nadando alguns metros acima, para que todos pudessem enxergá-lo melhor, embora não houvesse muitos para tal ato ali — Nós fomos dizimados. Humilhados. Diminuídos. Excluídos. Banidos. Aquelas fadas nos trataram como abominações, como um vírus. Um vírus que precisa ser neutralizado em uma só região para que as demais não sejam infectadas. Mas o que elas não sabem é que nós vamos sim, ficar aqui, vamos construir nosso reino de volta. Vamos viver em harmonia uns com os outros, mas estaremos nos multiplicando.

— Como assim? — Perguntou um tritão de cabelos loiros no fundo.

— Nós somos 100, 200 no máximo 300 aqui embaixo... Tritões, sereias, cavalos-marinhos... Nós estamos sendo extintos! Ignorem todas as regras que vocês conhecem sobre reprodução até então. Nós iremos nos multiplicar, vamos crescer, crescer o suficiente para um dia, revidar todo o sofrimento que estamos passando! Pode ser daqui a um dia, pode ser daqui a três mil anos. Mas nós voltaremos.

Desfilava por cima de um longo tapete vermelho, bordado com ouro, com uma carruagem liderada por dois cavalos-marinhos. Estava visivelmente radiante. Ao seu lado, Netuno, seu filho mais velho, que estava à frente da direção do veículo. Ao redor daquele tapete, milhares de sereias e tritões das mais diversas cores e subespécies, contentes com o resultado, contente com a vitória que haviam conquistado.

O King Dart saiu da carruagem, sendo recebido por uma enorme gritaria feita pelos seus seguidores. Nadou até o fim do percurso que o tapete faria, indo em direção a um trono, aonde sua esposa estava. Era Morgan, uma sereia de cabelos verdes-claro, com uma cauda de mesmo tom, aparentemente muito jovem e com seios volumosos a mostra. King Dart então, pegou na mão de sua esposa, levantando-a do trono.

— Como prometido, nós trouxemos a Fatae! — Disse, ouvindo a grande euforia que parecia não poder ser contida — Primeiramente iremos examiná-la, faremos testes e tudo mais que pudermos para conseguir controlá-la e assim, trazer de volta o que é nosso por direito! — Exclamou, ouvindo os gritos ficarem cada vez maiores.

— Enquanto não assumimos nosso lugar de volta na superfície, vamos festejar! — Disse Morgan, com sensualidade em seu tom de voz.

O lugar realmente havia mudado. De um longo vazio de apenas água, agora havia se transformado em um verdadeiro reino. Com um grande castelo e diversas pequenas tendas ao redor. Nenhum ser aquático era tido como inferior, eles se tratavam como iguais, mesmo alguns fazendo parte da realeza e outros não. Eram livres para ir e voltar. Entrar e sair.

— Você não me parece muito animado — Disse uma sereia de cabelos prateados com mechas violetas. Era bem jovem e bonita. Sua cauda era graduada. A ponta era de cor rosa, mas a medida que a mesma crescia, tornavam-se mais claros, chegando à cintura da mesma com um verdadeiro branco.

— É porque não estou — Um outro tritão respondeu. Ele tinha cabelos vermelhos. Sua cauda era como a de sua amiga, em graduação, mas seus tons iam do preto até o vermelho mais escuro, finalizando com um tom vinho. Ele desamarrava os nós da carruagem dos cavalos-marinhos. O animal, estava visivelmente aborrecido — O que aquele idiota fez com você? — Disse, fazendo carinho no bico do mesmo, o que o deixava mais calmo — Nada dessa guerra estúpida faz sentido pra mim, Ceres — Ele disse, enquanto se dirigia ao outro animal.

— Eu não sou fã de brigas também, mas o que podemos fazer? — Ela perguntou, encabulada — Você é o filho do rei, deveria tentar ao menos falar com ele.

— Filho? — Disse ele com um sorriso em seu rosto — Eu sou só um bastardo. Netuno, Sinor e Elvis sim, são os filhos do rei. Você não os vê tomando conta dos cavalos-marinhos e golfinhos daqui, ou vê? — Ele perguntou, enquanto terminava de desmontar a carruagem.

— Não, mas você gosta do que faz, certo? — Ela perguntou.

— Eu amo. Eles são a minha verdadeira família — Disse, por fim, terminando. Observou seu irmão mais velho sair da carruagem, puxando consigo Alpha, que estava ainda adormecida, devido a toxina que ele havia usado.

— Olha só se não é o criador de cavalos-marinhos! — Disse Netuno, observando o irmão mais novo já quase se retirando — Quanto tempo, Irish. Vejo que seu cabelo está diferente, da última vez estava mais escuro... Hm. Não deve demorar muito até que fique completamente rosa, não? — Disse, debochando, sem receber resposta alguma do mesmo.

— Ei, seu tritãozinho ridículo, fale assim dele novamente e eu vou acabar com os seus miolos, se você tiver algum — Disse Ceres, transformando a cor de seus olhos em azuis-turquesa, visivelmente aborrecida com a situação.

— Sério? Precisa que uma sereia te defenda? — Continuou a provocá-lo.

— Netuno! Deixa o garoto em paz! — Disse uma voz surgindo de repente, era um tritão coberto de tons roxos por todo seu corpo. Netuno voou para trás imediatamente, mas não se absteve e retrucou o soco que o irmão havia lhe dado.

— Parem vocês dois! O que está acontecendo? — Disse Elvis, metendo-se no meio da briga, separando os dois.

— Esse idiota está de gracinha com a cara do Irish de novo! — Respondeu Sinor, furioso.

— Isso é sério? — Elvis perguntou olhando para Irish, que não respondeu.

— É sim — Ceres se meteu — E não é a primeira vez que isso acontece. Até ameaças ele faz!

— Vocês são muito ridículos mesmo! Olha para esse garoto. É uma verdadeira vergonha para nossa família, ou melhor, para qualquer tritão! — Disse, com a fúria em seus olhos. Não gostava de Irish, o achava "delicado" demais.

 — Netuno, se eu ouvir você falando assim dele novamente eu irei contar tudo para o papai e eu duvido que ele vá continuar deixando você ser o braço direito dele, enquanto eu estiver por perto — Elvis ameaçou.

— E isso é o que ele vai fazer — Sinor disse, ameaçando indiretamente. Foi até Irish e fez carinho em sua cabeça — Vamos embora, não vale a pena perder tempo com esse idiota — Ele apenas assentiu, e seguiu com o irmão, Ceres e os cavalos-marinhos.

— Você não aprendeu a lição mesmo, não é? — Elvis disse, dando bronca no irmão novamente. Além disso, estava decepcionado.

— Eu tento, mas eu não consigo! Nós somos tritões, Elvis, da família Seiren, não nascemos para ficar cuidando de animalzinho, nascemos para lutar — Exclamou, tirando Alpha da carruagem e colocando em seus braços — Vê essa fadinha? Eu a capturei! É pra isso que nascemos. Pra lutar contra os inimigos.

Elvis observou o rosto de Alpha, pálido, provavelmente devido ao veneno — Essa é a Fatae? — Ele perguntou, espantado.

— É. E que agora, é nossa prisioneira — Ele disse com um sorriso no rosto, embora Elvis não demonstrasse nenhuma reação. O tritão não sabia o que pensar e Netuno havia notado a tensão no rosto do rapaz — O que foi, Elvis? Por que está com essa cara?

— Nada. Vai levar a prisioneira para o cativeiro — Disse, disfarçando.

— Você a conhece? — Ele questionou, notando que o irmão estava estranho demais.

— De onde conheceria? — Disse, finalizando. Netuno apenas assentiu e se retirou com a mesma. Elvis ficou ali, pensativo.

Passou o dedo suavemente pela borda dos lábios do tritão, estava seduzindo-o e isso era visível. Levou sua outra mão até os cachos do mesmo, o fazendo carinho. Deslizou sua mão até a orelha do tritão e logo desceu para a nuca, excitando-o com seus movimentos lentos.

— Está cansado? — Disse Morgan, virando-se. Imediatamente soltou as poucas peças de roupa que cobriam a parte superior de seu corpo, deixando os seios amostra.

— Não, eu quero me divertir — O King Dart respondeu com um grande sorriso no rosto. Estava visivelmente bêbado. Levou uma garrafa até a boca, sujando seus lábios novamente.

— Com quantas você quer se divertir? — Morgan virou-se de frente para ele. Posicionou seus longos cabelos verdes de lado, jogados para cima de seu ombro. Com as mãos, começou a fazer movimentos em seus seios e se dirigiu ao rei.

— Hoje apenas você — Ele respondeu, soltando a garrafa que afundou imediatamente — Está pronta para me dar mais um herdeiro? — Questionou, com um tom sensual em sua voz.

— Estou. Mas o dia da tormenta ainda vai demorar — Disse se aproximando.

— Sinal que temos algum tempo para praticar — Disse com malícia em sua voz, recebendo um sorriso de Morgan. O tritão colocou a mão envolta do corpo da sereia e o pressionou até o seu. Com seus corpos colados, começaram a entoar uma canção juntos, na mesma sintonia. As escamas de suas respectivas caudas começavam a soltar uma espécie de gás, de forma limitada.

Deu um último beijo na crina de um dos gigantes cavalos-marinhos, fechando uma portinhola que o prendia. Respirou fundo e distanciou-se, observando gaiolas de ferro no local, prendendo outros animais da mesma espécie. Nadou, passando por cada uma das gaiolas, observando os animais que ali estavam. Triste por vê-los presos. Acariciou a crina de um dos que haviam a colocado pra fora, dando um grande sorriso.

— Você é realmente bom nisso — Sinor apareceu, surpreendendo-o imediatamente.

— Há quanto tempo você está aí? — Perguntou se virando rapidamente, devido ao susto que havia levado. Ainda estava com suas mãos na crina do animal.

— O suficiente — Disse se aproximando do irmão. Sinor colocou suas mãos no rosto do jovem tritão e os dois se olharam por um curto tempo. Irish soltou a crina do cavalo-marinho e direcionou sua mão até o rosto de Sinor, que não se conteve e pressionou a nuca do mesmo em sua direção, beijando seus lábios.
Afastou-se, após um longo período em que seus lábios estavam juntos, assustando assim seu parceiro, que ainda estava no clima.

— O que aconteceu? — Sinor perguntou, confuso.

— O que nós estamos fazendo é errado — Disse agora, afastando-se — Vocês me acolheram como uma família, mas eu sou apenas um servo e eu e você... — Respirou fundo antes de continuar — Como isso pode dar certo?

— Você não é um servo, você cresceu conosco! É por causa do Netuno que está assim? Você sabe como ele gosta de se aparecer, deveria se importar menos! — Disse tentando resolver a situação.

— Não é apenas isso... — Irish disse, visivelmente triste.

— O que é então? — Perguntou, esperando uma resposta concreta.

— Daqui a alguns dias teremos a tormenta. Você será obrigado a casar com uma sereia. Eu também serei obrigado. Eu não quero fazer isso — Desabafou, cabisbaixo.

— Eu não posso fazer nada em relação a isso, é uma tradição não só de família, mas da nossa espécie — Respondeu.

— Bem... — Iria continuar a falar se não tivesse sido interrompido rapidamente. Tudo que pode sentir foi sua cabeça chocar-se com as grades de ferro da gaiola. Netuno havia aparecido utilizando de sua alta velocidade, deixando bolhas pelo caminho.

— Que porra é essa, mano? — Disse Sinor, tentando empurrá-lo como havia feito da última vez, mas sem sucesso, Netuno estava usando de toda sua força para pressionar Irish na grade — Larga ele!

— Eu não vou largar esse imbecil! Ele matou Todd! — Disse, com raiva em seus olhos.

— Eu não fiz nada! — Disse, lentamente, enquanto era sufocado pelas mãos fortes do irmão.

Vendo que não teria outra escolha, Sinor deu duas piruetas na água, impulsionando-se para atingir Netuno. Avançou com toda a força que tinha no pescoço do irmão, soltando-o por fim de Irish, que ainda tentava compreender a situação. Sinor o manteve preso na grade de outra gaiola enquanto o encarava.

— Você não quer entrar em uma briga comigo, mano! — Netuno falou, visivelmente transtornado.

— Eu realmente não quero, mas você está me forçando! — Respondeu — E agora eu vou te soltar e você irá ficar calmo e explicar o que aconteceu — Disse, calmamente. E então o soltou.

— Esse... Esse... Bastardo! Ele matou Todd por pura vingança. Tu acha que ele é bonzinho, mas isso é tudo disfarce — Disse apontando para o jovem.

— Eu não matei ninguém! Eu sequer passei pelo corredor dos golfinhos, eu vim direto trazer os cavalos-marinhos pra cá! — Disse, ainda tentando recuperar-se do baque sofrido anteriormente.

— Bem, alguém matou meu golfinho e eu não vejo outro com motivos suficientes para isso! — Ele falou, agressivo. Sendo contido por Sinor.

— Você realmente fez isso, Irish? — Sinor perguntou, obtendo um olhar fuzilante do tritão mais novo.

— É por isso, Sinor. É por isso que nunca vai dar certo — Deu duas piruetas na água, para impulsionar-se e nadou rapidamente, saindo decepcionado.

— Seu bastardo de merda! — Gritou Netuno. Ele virou-se para falar com Sinor — Eu vou contar tudo para papai agora. Não há argumentos para defendê-lo! Não desta vez! — Disse, se retirando rapidamente.

— Droga! — Sinor exclamou.

Nadava de um lado para o outro. De cima para baixo. Não conseguia encontrar uma saída. Estava presa e além disso, nervosa. Temia o que iria acontecer com ela, seu destino já não estava mais em suas mãos. Era uma prisioneira.

De longe, observava a mesma em desespero. Queria ajudá-la, mas não podia. Tinha uma conexão com a mesma, apesar da última vez que se encontraram não ter sido tão favorável para ele. Elvis, talvez, tivesse uma queda por ela.

— Eu sei que tem alguém aí! Seja quem for, apareça — Alpha gritou. Ela esperou ver algum movimento nas águas, mas nada — Por favor! — Pediu agora, com menor intensidade que anteriormente. Estava praticamente desistindo.

— Ok! Eu estou aqui! — Disse Elvis, aparecendo. Não sabia como a mesma havia notado sua presença.

— Você? — Disse surpresa — Por favor me ajude! Você se lembra de mim? Me tire daqui! — Pediu desesperadamente.

— Por que eu faria isso? Da última vez que nos vimos você me jogou pros tubarões comerem. Por que eu não posso fazer o mesmo agora? — Ele disse com um sorriso no rosto, provocador, que no fim das contas, Alpha adorava.

— É uma questão de vida ou morte — Ela implorou.

— É, se eu fosse pego também estaria morto — Ele disse, se aproximando da gaiola que a mesma estava — É apenas uma brincadeira.

— Então, vai me tirar daqui? — Ela perguntou.

— Não, eu não posso. São ordens do meu pai, se eu desobedecê-lo... Não sei nem o que pode acontecer! — Elvis disse, parecendo estar um pouco desapontado.

— O que está acontecendo? Que cara é essa? — Alpha perguntou, estranhando.

— Eu não gosto deste tipo de coisa. Guerra. Fadas sendo presas, sequestradas. Por mim todo mundo poderia viver em paz, convivendo junto, se pegando — Ele disse, dando uma pequena pausa — Além do mais, algumas fadas são até degustáveis.

— Sério que eu estou presa aqui e você está me falando sobre seus interesses pessoais? — Perguntou com raiva — E quem é seu pai afinal de contas?

— Quem você acha que é? O King Dart é claro! — Exclareceu.

— Não pode ser! Então o que prevíamos realmente aconteceu — Disse em tom baixo.

— O que disse? — Perguntou, pois não havia compreendido corretamente.

— Nada, pensei alto! E você também, estava a todo momento espionando-nos do lado de fora! Eu achando que você era legal, diferente... — Ela disse.

— Você só falou comigo duas vezes, como tirou essa conclusão? — Perguntou, provocando-a.

— Olha, seu tritãozinho branquelo! Se eu estivesse conseguindo usar meus poderes já teria me soltado daqui, mas não estou! — Disse, com raiva.

— É claro que não está, nós trabalhamos em um mecanismo. Quer dizer, meu pai trabalhou. Ele vem esperado por esse momento há um bom tempo — Disse.

— Que momento? — Alpha perguntou.

— Eu não posso falar, não se você for realmente a Fatae. Desculpa! Eu devo ir — Ele disse, preparando-se para fazer algumas piruetas na água.

— Espere! — Pediu, em vão, observando o rapaz nadar longe — Que droga, e agora, como saio daqui?

O clima estava pesado. Todos estavam olhando uns para os outros, sem a capacidade de falar uma palavra. Colocou seu braço de forma firme, no braço do elfo, na esperança de reanimá-lo, mas não obtinha resultados positivos. Com dois dedos, colocou sobre a nuca do mesmo, checando sua pulsação.

— Não consegui passar calor para o corpo dele, parece que chegamos tarde demais — Focus concluiu o que todos já desconfiavam. Ele se aproximou de Anala, que estava com os olhos cheios de lágrimas — Ele se foi — Disse, por fim.

— Não, tem que haver algum jeito! — Disse a Fatae, não aceitando a morte do elfo.

— Infelizmente não há — Focus disse, acolhendo-a em seus braços. Trish mordiscou os lábios, observando a cena com ciúmes.

— Talvez exista um jeito — Flânis intrometeu-se, quebrando o clima de despedida que existia.

— Que jeito? — Anala perguntou, soltando-se do corpo de Focus rapidamente — Por favor, diga.

— Quando Faye Fairy começou a me ensinar como lidar com os meus poderes ela mencionou que uma salamandra, com controle e poder suficiente pode ser capaz de gerar outro ser de mesma descendência — Disse, olhando para a antiga Fada rainha.

— É verdade? — Anala perguntou, também levando seu olhar à mesma.

— É, mas requer um nível completamente grande de concentração. Eu não acho que nenhum deles esteja preparado para isso — Faye Fairy respondeu.

— Nós precisamos tentar — Flânis disse.

— Desde quando você se importa com o bem estar de alguém? — Trish provocou, não obtendo resposta.

— Isso não está em cogitação. Se Flânis ou Focus podem fazer isso, nós temos que tentar — Anala disse.

— Anala — Terrena se manifestou, puxando-a para o lado pelo braço — Dioniso é um elfo, pode não funcionar com ele... Sem contar que o que você acha que ele pensaria? — Ela perguntou, tentando dar o melhor conselho.

— Eu não vou deixá-lo morrer, Terrena. Ele não merece — Anala disse, soltando seu braço das mãos da Fada Rainha da Terra.

— Oh, meu Deus! O que eu perdi? — Disse Darrah, entrando repentinamente na sala — Dioniso! Ele está morto?

— Não por muito tempo — Flânis garantiu.

— Como assim? O que vocês vão fazer com ele? — Darrah perguntou, assustada.

— Nós vamos transformá-lo — Anala respondeu, firme.

— Transformá-lo? Em quê? — A hárpia indagou.

— Em uma salamandra — Flânis respondeu, mudando a cor de seus olhos para um amarelo-alaranjado, como o fogo. Observando o corpo do jovem elfo jogado ao chão.